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Reunião de Abril de 2017

Reunião 26/04/2017[1]

Presentes:

Arlete Higashi, Beatriz Amorim de Azevedo e Silva, Luiz Rosalvo Costa, Maria Glushkova, Mayara Feliciano Palma, Sheila Vieira de Camargo Grillo, Sueli Pinheiro da Silva, Taciane Domingues.

Pauta:

1) Discussão do artigo “Estilística e estilo no Círculo de Bakhtin e no Idealismo Alemão: um estudo comparativo entre as bases dialógica e monológica na ciência da linguagem” de Taciane Domingues.

2) Otganização do Colóquio Brasileiro-Franco-Russo.

Reunião:

Às 16h, na sala 261, Prédio de Letras (FFLCH), iniciamos a reunião com a discussão do artigo supramencionado. Essa atividade foi conduzida pelos pós-doutorandos Luiz Rosalvo Costa e Maria Glushkova. Luiz Rosalvo elogiou a ousadia e a pertinência da pesquisa sintetizada no artigo e fez sugestões no sentido de que a autora modalizasse certas afirmações, colocadas de modo muito categórico e abrangente. Também sugeriu a utilização da tradução recém lançada de “Marxismo e filosofia da linguagem” e a redação de uma breve nota sobre a questão da autoria dos textos disputados do Círculo de Bakhtin. Maria fez sugestões de reorganização de duas seções do artigo, pediu esclarecimentos sobre alguns conceitos citados no artigo e solicitou justificativa da utilização de determinados autores.

Na segunda parte da reunião, foi distribuída uma tabela com a divisão de tarefas para a organização do Colóquio e apontado o que já foi feito. Sueli passou para a organização dos cafés nos intervalos, Luiz Rosalvo ficou encarregado de receber inscrições, encaminhar resumos aos pareceristas e armazenar os pareceres, Urbano cuidará de todos os certificados do evento. Taciane informou que alteraria o código QR do cartaz e o enviaria na sequência. Sheila comunicou que acompanha e aguarda a assinatura dos ofícios pela Pró-Reitoria de Graduação (os documentos foram enviados em 23/02/2017 à direção da FFLCH) para dar prosseguir aos procedimentos de gestão financeira do evento pela FUSP.

A reunião encerrou-se às 18h.

 

 

[1] A reunião tinha sido pré-agendada para 28/04/2017, sexta-feira, mas foi antecipada para 26/04/2017, quarta-feira, em razão de uma greve geral no dia 28/04.

Nova tradução da obra Marxismo e filosofia da linguagem

Por Inti Queiroz

A nova edição brasileira de Marxismo e filosofia da linguagem: Problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem acabou de ser publicada pela Editora 34. Durante muitos anos, os pesquisadores brasileiros utilizaram a tradução anterior publicada pela Editora Hucitec, traduzida da obra em francês. Todavia, esta nova edição nos presenteia com uma publicação traduzida diretamente do Russo pelas pesquisadoras Sheila Grillo e Ekaterina Volkova. A obra ainda oferece aos leitores diversas notas de roda pé explicativas (além das notas já existentes no original) e uma introdução primorosa escrita por Sheila com a reflexão sobre o Círculo estar respondendo aos pensadores da linguagem anteriores a eles.  

Esta é sem dúvida uma das obras mais importantes da linguística russa do século XX e, com os avanços dos estudos bakhtinianos no Brasil, justifica a importância de sua publicação traduzida do russo.

A obra produzida nos anos 1920 ainda tem sua autoria em disputa. Entretanto, as evidências da edição original encontrada na pesquisa realizada em bibliotecas russas, possibilitaram que as tradutoras atribuíssem a autoria a Valentin N. Volóchinov (1895-1936).

Em MFL, Volóchinov aborda as principais tendências dos estudos da linguagem, passando por  pensadores como Marx, Spitzer,  Humboldt e Saussure, e a partir desse diálogo propõe um método sociológico que seria a partir daí transversal a boa parte das obras do Círculo.

As tradutoras utilizaram as duas primeiras edições da obra (1929 e 1930) para desenvolver esta edição. Acompanha a tradução e o ensaio introdutório, um glossário detalhado,  onde é possível observar alguns conceitos até então pouco trabalhados por aqui, mas que estão em destaque e MFL, como por exemplo: ato discursivo individual e criativo, ato social, compreensão, ênfase valorativa, fato linguístico, fundo de apercepção, horizonte valorativo, identidade normativa, interferência discursiva, monumento, orientação social da vivência, percepção ativa, vivência do eu, entre outros.   

É possível dizer que essa tradução trará um novo olhar para as reflexões sobre o Círculo no Brasil, já que apresenta uma série de detalhes coerentes com as reflexões que estes pensadores faziam no auge de seus encontros no fim dos anos 1920.